No âmbito da iniciativa "24 Horas na Escola" realizada nos dias 25 e 26 de maio na Escola Básica D. Nuno Álvares Pereira, os alunos do "Clube de Leitura" da Biblioteca Pedro Seromenho recriaram, na manhã de sábado 26, nas instalações da biblioteca, a lenda da Água e do Sal, que integra a famosa coletânea de Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Português (1883).
A encenação da lenda esteve a cargo das professoras bibliotecárias Paula Vaz e Maria de Deus Monteiro.
A dramatização da lenda foi muito agradável, muito bem conseguida e do agrado dos que estiveram presentes, visivelmente encantados com a prestação dos alunos. O seu desempenho fez lembrar o de autênticos atores! Parabéns pois a todos eles pelas magníficas interpretações!
Uma nota final de agradecimento à Escola de Música Canto Firme pela gentil cedência dos fatos de época e ao encarregado de educação o Sr. Vítor Melenas, pelo empenho na concretização deste projeto através da realização do lindo cenário.
O Sal e a Água
Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas por sua vez, qual era a mais sua amiga. A mais velha respondeu:
– Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.
Respondeu a do meio:
– Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.
A mais moça respondeu:
– Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.
O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como as outras, e pô-la fora do palácio.
Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio de um rei, e aí se ofereceu para ser cozinheira.
Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno, e de grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia: foi passando, até que foi chamada a cozinheira, e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza.
Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas, e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas de noivado convidou-se o rei que tinha três filhas, e que pusera fora de casa a mais nova.
A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não botou sal de propósito. Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que não comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia? Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da filha:
– É porque a comida não tem sal.
O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha botado sal na comida.
Veio então a menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou ali a sua culpa, por não ter percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito, que lhe queria tanto como a comida quer o sal, e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai.
FIM
Foram MAGNÍFICOS! Muitos parabéns!
ResponderEliminarA escola precisa de aluno(a)s e professore(a)s que lhe deem alma, que não permitam que se torne um local anónimo ou inóspito.
A escola precisa de vós!