Gosto de ler à minha maneira, de acordo com o meu ritmo e a minha vontade. Sou leitor assíduo. Leio habitualmente vários livros em simultâneo, navegando de uns para outros, até encontrar uma história que me prenda totalmente. Quando encontro o livro que, naquele momento da minha vida, é o livro que está em sintonia comigo, leio-o de um só fôlego. Actualmente, ler é para mim um processo muito semelhante ao do ouvinte que vai sintonizando vários estações de rádio até encontrar o programa certo, ou ao telespectador que vai carregando no telecomando até achar um programa interessante, entre os duzentos e tal canais que a Zon ou o Meo disponibilizam.
O escritor francês Daniel Pennac (que também esteve ligado ao ensino, enquanto professor) proclamou bem alto que o leitor tem direitos. Nesse sentido, o ouvinte também. É o telespectador também.
O escritor francês Daniel Pennac (que também esteve ligado ao ensino, enquanto professor) proclamou bem alto que o leitor tem direitos. Nesse sentido, o ouvinte também. É o telespectador também.
Daniel Pennac enunciou esses direitos no seu livro Comme un Roman, traduzido e publicado em português com o título Como um Romance (Daniel Pennac, Como um Romance, Edições ASA, 1992).
Chamou-lhes, com alguma grandiloquência, que é sobretudo, a meu ver, um desejo de afirmação Os Direitos Inalienáveis do Leitor. Daniel Pennac proclamou 10 Direitos, o que nos traz à memória ressonâncias bíblicas ligadas ao Decálogo:
Os Direitos do Leitor
O direito de não ler.
O direito de saltar páginas.
O direito de não acabar um livro.
O direito de reler.
O direito de ler não importa o quê.
O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível) – liberdade para gostarmos dos “heróis” dos romances ou para nos identificarmos com eles.
O direito de ler em qualquer lugar.
O direito de ler uma frase aqui e outra ali
O direito de ler em voz alta.
O direito de não falar do que se leu.
É fácil, relativamente fácil, reivindicar direitos. Todos nós gostamos de proclamar os nossos direitos relativamente a isto ou aquilo.
Mas, e se também propuséssemos para o leitor, a noção de deveres? E que tal propor, por exemplo, os Deveres do Leitor, nesta nova era digital feita de livros imateriais, acessíveis de forma fácil, cómoda, e muitas vezes gratuita? Afigura-se uma mudança drástica na forma como vamos passar a ler, ou como já podemos ler.
Mas, e se também propuséssemos para o leitor, a noção de deveres? E que tal propor, por exemplo, os Deveres do Leitor, nesta nova era digital feita de livros imateriais, acessíveis de forma fácil, cómoda, e muitas vezes gratuita? Afigura-se uma mudança drástica na forma como vamos passar a ler, ou como já podemos ler.
O Capitão Kispo, embora navegando sem parar no por vezes revolto Oceano Web ( em inglês Web's Ocean ) não podia ficar indiferente a esta realidade, já que frequentemente lê, enquanto o seu navio desliza no tapete azul do mar - um destes dias o Kispo irá divulgar o seu navio - !
O Capitão Kispo atreve-se então a propor os 10 Deveres Incontornáveis do Leitor.
Os Deveres do Leitor
1. O dever de tratar com cuidado todos os livros.
2. O dever de ler com uma postura ativa e crítica perante o que lê.
3. O dever de ler uma grande variedade de livros, desde a ficção à não-ficção.
4. O dever de promover a leitura nos mais diversos suportes, em todo o lado, com toda a gente.
5. O dever de frequentar bibliotecas.
6. O dever de requisitar, oferecer e emprestar livros.
7. O dever de divulgar todas os sites e projetos que promovam a gratuitidade e fácil acessibilidade da leitura on-line.
8. O dever de se cultivar para melhor apreender os significados da mensagem escrita.
9. O dever de se defrontar com livros de crescente complexidade.
O O dever de defender a liberdade de opinião e de expressão.
O O dever de defender a liberdade de opinião e de expressão.
Mais sugestões?
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