No oceano da Web, deparamo-nos por vezes, com textos que dão que (re)pensar. Assim, este poema, sobre o tão usado e (in)dispensável Kleenex.
O LENÇO
Por necessidade urgente
Gripe aguda
Constipação renitente
Febre dos fenos
Alergia enervante
O doente em apuros
Retira do bolso ou da carteira
Num gesto de magnânime importância
Um fino pedaço de papel Kleenex
Ou um tecido rectangular
De seda, algodão ou cetim
Que o salva de um súbito e aflitivo congestionamento nasal.
Na sua essencial simplicidade
O lenço a todos alivia
Ao permitir num instante,
Numa acção descongestionante,
O leve e profundo respirar
De quem acaba de vir ao mundo.
Depois, há quem deite fora o irrisório lenço salvador
Num gesto majestoso
Afirmando ter vencido, de uma vez por todas,
A síndroma gripal,
Alergia sazonal,
Constipação outonal,
Ou irritante afecção das vias respiratórias
Enfim, toda e qualquer doença culpada de congestionamento nasal.
Por vezes, na vida,
Com o apoio dos outros, grandes lutas levamos de vencida...
Mas há sempre quem, sem remorsos nem decência,
Num acto de inconsciência
De altivez,
De desprezo
Ou de injustiça
Deite fora quem um dia os salvou
Dos apuros da existência.
João Utinam, Correspondências da Memória.
Intrigado sobre o essencial - mas por vezes pouco reconhecido - contributo do lenço que nos salva nos momentos "aflitivos da nossa existência", o Capitão Kispo quis saber mais sobre a epopeia do Kleenex. Aqui, é possível descobrir a incrível história do Kleenex, neste interessante blogue MUNDO DAS MARCAS dedicado às grandes marcas que nos rodeiam.
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