Luís de Camões não esbanjava louvores. Contudo, após várias referências elogiosas, no Canto Oitavo, estrofe 32, no quinto verso, de Os Lusíadas, o poeta da epopeia lusa não se contém e, referindo-se a D. Nuno Álvares Pereira, exclama: "Ditosa pátria que tal filho teve!"
O mestre do lusitano idioma falou. Pouco mais podemos acrescentar. Resta-nos saborear as aliterações em "t", peremptórias, definitivas, ecos de glória. Nunca "tal" me soou tão bem!
Eis a estrofe 32:
«Se quem com tanto esforço em Deus se atreve
Ouvir quiseres como se nomeia,
«Português Cipião» chamar-se deve;
Mas mais de «Dom Nuno Álvares» se arreia.
Ditosa pátria que tal filho teve!
Mas antes, pai! que, enquanto o Sol rodeia
Este globo de Ceres e Neptuno,
Sempre suspirará por tal aluno.
No dia 1 de novembro de 1431, o ilustre Condestável falecia, na cidade de Lisboa, passando a viver na memória de um povo que tanto lhe deve.
Um dia, a 26 de abril de 2009, D. Nuno Álvares Pereira foi declarado santo pelo papa Bento XVI.
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