Pedro Seromenho, que tão bem evoca reis conquistadores nos seus livros, conquistou, com todo o mérito, uma animadíssima plateia de alunos do 2º Ciclo da Escola Básica 2,3 D. Nuno Álvares Pereira, no auditório da Biblioteca Municipal de Tomar, na tarde de quinta-feira dia 6 de Maio.
Pedro Seromenho, desenhando inspirado pelos alunos
As crianças estavam deslumbradas, mantendo um burburinho calmo que revelava atenção, concentração, surpresa e fascinação perante os desenhos que Pedro Seromenho ia criando. Já não eram só alunos, eram sobretudo espectadores do milagre da criação. Os desenhos de Pedro Seromenho que iam circulando, eram observadas por olhares ávidos de descobrir uma personagem, uma figura ou uma paisagem.
Um mar... de satisfação e de deslumbramento
A mão do genial artista executava gestos rápidos e precisos. No papel o traço surgia largo, aplicado e certeiro. Por vezes, Pedro Seromenho conjugava as palavras com o deslizar do marcador.
Desenho criado para a Escola Básica 2,3 D. Nuno Álvares Pereira,
por Pedro Seromenho, seguindo as sugestões dos nossos alunos.
A arte, quando é intrínseca à pessoa que a produz, impõe-se naturalmente, com um respeito imediato. Foi uma hora de pura felicidade e de viagem pela História e pelas histórias, que nos ofereceu Pedro Seromenho.Volte sempre!
O Kispo
E agora...
Para saber um pouco mais acerca de Pedro Seromenho
Biografia do autor
Pedro Seromenho Rocha, de nacionalidade portuguesa, nasceu sob a constelação de gémeos em 1975, na cidade de Salisbúria (Harare), República do Zimbabué. Com apenas dois anos de idade fixou-se em Tavira e mais tarde em Braga, onde reside actualmente.
Embora se tenha formado em Economia, desde muito cedo demonstrou excepcionais apetências pelo universo da escrita e da pintura, colaborando em inúmeras publicações e exposições como escritor e ilustrador.
Agora, com o lançamento do romance “Nascente de Tinta”, o autor dá finalmente os seus primeiros passos num mundo de sonho e de imaginação que está ao alcance das crianças e dos adultos.
Trata-se do início de uma longa caminhada que, prevendo-se ora difícil ora gratificante, será sempre levada a cabo com prazer. Aliás, como o próprio autor adianta, este é o único caminho a tomar:
“No dia em que descobri este novo imaginário, redescobri-me por completo. Não fazia ideia do enorme prazer que é comunicar com o público jovem. De facto, são eles que me exigem uma escrita mais criativa e também sensorial. E o resto é fácil. É sonhar.”
Ilustração do livro "Nascente de Tinta"
Nesta aventura, o pequeno Gonçalo viaja até ao Reino do Silêncio, sítio de mitos e segredos, que é governado por um Rei Tirano. Com um coração de pedra e obcecado pelo poder, este Rei passa a vida a inventar leis, a proibir a música e a impedir os outros de serem felizes. Ninguém sabe ao certo o porquê deste Silêncio.
Por isso, desafiando-o, o Gonçalo parte em busca de uma Pedreira Encantada onde, segundo uma lenda, se esconde algo mágico e doce que pode mudar o destino do Reino.
Pedro Seromenho conseguiu concretizar um grande desafio: contar para os mais jovens a história de D. Afonso Henriques, 900 anos depois do seu nascimento, de uma maneira que os pudesse interessar e simultaneamente entusiasmar pela nossa história.
«900 História de um Rei – Afonso Henriques 1109-2009» é um livro verdadeiramente magnífico e cativante. Pedro Seromenho evoca, de uma forma acessível e apelativa, o nascimento do nosso primeiro Rei, a formação do reino, as intensas batalhas pela independência, e ainda paixões e morte. As ilustrações são belíssimas!
«900 História de um Rei – Afonso Henriques 1109-2009» é um livro verdadeiramente magnífico e cativante. Pedro Seromenho evoca, de uma forma acessível e apelativa, o nascimento do nosso primeiro Rei, a formação do reino, as intensas batalhas pela independência, e ainda paixões e morte. As ilustrações são belíssimas!
Vale a pena ver:
Apresentação da obra "900 - História de um Rei"
E agora...
UMA SUGESTÃO DE LEITURA
UMA SUGESTÃO DE LEITURA
"Ao cair da primeira noite, adormeci sobre a areia, a mil milhas de qualquer lugar habitado. Estava muito mais só que um naufrago numa jangada em pleno oceano. Podem imaginar, portanto, a minha surpresa, quando fui acordado, ao romper do dia, por uma vozinha engraçada que me pedia:
- O quê?
- Desenha-me uma ovelha…
Ergui-me de um pulo, como que fulminado por um raio.
Esfreguei os olhos com força e olhei atentamente à minha volta. Reparei então num rapazinho extraordinário, que me fitava muito sério. Este é o melhor retrato dele que, mais tarde, consegui pintar. Mas o meu desenho, evidentemente, é muito menos encantador que o modelo. Não tenho culpa. As pessoas grandes fizeram-me desistir da minha carreira de pintor quando tinha seis anos, e não aprendi a desenhar absolutamente nada, salvo as jibóias opacas e transparentes.
Com os olhos esbugalhados de espanto, perscrutei aquela aparição. Não se esqueçam de que me encontrava a mil milhas de qualquer região habitada. Ora, o meu rapazito não parecia andar perdido, nem estar morto de cansaço, de fome, de sede, ou de medo. Não tinha nada o ar de uma criança perdida em pleno deserto, a mil milhas de qualquer região habitada. Quando, finalmente, consegui falar, perguntei-lhe:
_Mas… que andas tu aqui a fazer?
Repetiu então, baixinho, como se se tratasse de uma coisa muito séria:
-Por favor… desenha-me uma ovelha…"
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