segunda-feira, janeiro 31, 2011

30 de JANEIRO DIA DE DIZER NÃO À VIOLÊNCIA


        No dia 30 de Janeiro, assinala-se o Dia Escolar da Não-Violência e da Paz. Esta data foi escolhida porque foi a 30 de Janeiro de 1948 que Mahatma Gandhi foi assassinado por um fanático da sua própria religião, que não lhe perdoava a sua tolerância para com os muçulmanos. Considerado o pai da Índia, Gandhi foi um homem de boa vontade que lutou, sem ódio, pela independência da sua pátria e pela paz no mundo.
        

       O aniversário da morte de Gandhi é todos os anos uma oportunidade, nestes tempos de intolerância,  de conflitos e de guerras, de reflectir e de meditar sobre uma prática de vida alicerçada na não-violência.

     
       A iniciativa de comemorar esta data deve-se ao poeta e pedagogo espanhol Llorenç Vidal. Celebrada desde 1964, esta data pretende chamar a atenção e sensibilizar para a necessidade de uma educação permanente pela Não-violência e pela Paz.  
    A celebração deste dia pretende sensibilizar políticos, governantes, pais, educadores e professores para a necessidade de uma educação permanente pela Não-Violência e pela Paz; que é preciso educar para a solidariedade e para o respeito pelos outros. Gandhi preconizava a tolerância mútua, já que nunca os seres humanos nunca pensarão todos da mesma maneira, e que  nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.
      Esta iniciativa não obedece a quaisquer orientações, não está nem estruturada nem programada, sendo que cada professor nos mais diversos níveis de ensino é livre de abordar esta temática ao sabor da sua inspiração, da maneira como vivencia esta problemática e de espalhar sementes de fraternidade e de tolerância, nesta luta contra a violência.
        A prática da não-vilência permitirá tornar cada ser humano, um cidadão interventivo e autónomo, tolerante, capaz de tomar iniciativas e de afirmar as suas ideias, que recusará todas as formas de injustiça e que será capaz de afirmar a sua solidariedade perante os mais fracos, os discriminados e os mais desprotegidos.
     É necessário demonstrar que é possível resolver conflitos sem recorrer à violência, respeitando o outro, e cooperando na resolução de situações problemáticas, empenhando-se em objectivos comuns de forma construtiva.


     Esta não é uma tarefa de apenas uns dias, mas de todos os dias, feita de passos sucessivos, de muitas acções e onde o exemplo de todos é um precioso contributo. Cada um de nós pode ser um promotor da Paz. Pode influenciar com a sua maneira de agir o grupo de pessoas que o rodeia a serem através de uma postura não-violenta, construtoras da Paz e de uma  Vivência harmoniosa.
      Uma actividade está a ser programada, numa colaboração entre a Biblioteca e várias turmas da escola sede,  para promover e desenvolver os valores da solidariedade e da paz junto dos alunos. A mesma consistirá na realização de leituras de textos sobre essa temática e da criação do Céu da Paz com mensagens solidárias, durante a primeira quinzena de Fevereiro, num espectáculo partilhado. Sê também tu um agente da não-violência e da paz e preenche uma Estrela da Paz disponível na tua Biblioteca!

Sugestões do Capitão Kispo 



"I have a dream" disse um dia Martin Luther King. Esse sonho não foi esquecido.





quinta-feira, janeiro 27, 2011

ALEXANDRIA : UM TRADUTOR ONLINE MUITO COMPLETO!


        Um excelente tradutor sempre à mão. Propõe um extenso número de traduções possíveis para cada palavra. Para aceder a este tradutor basta  CLICAR AQUI.


         Esta útil ferramenta está disponível no site de TV5 Monde.


 

A CULTURA ONLINE É MAIS FINE!


        A Cultura portuguesa
     É uma beleza...
     Para tal comprovar

       É de facto uma viagem interessante pela nossa cultura, património, e não só!,  que este portal Cultura online, do Ministério da Cultura nos propõe. Exposições, museus, monumentos: há um pouco de tudo neste universo cultural onde se chega num clique.
       Se procurarem bem, até vão encontrar referências ao nosso Agrupamento, e a projectos  (Máquina do Tempo e Pedras que Falam) ligados à nossa comunidade educativa. Sabe bem!  
   

quarta-feira, janeiro 26, 2011

27 de JANEIRO - DIA EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO

        
     Há páginas negras da História da Humanidade que não podemos esquecer.  

          
       O 27 de Janeiro, Dia em Memória das Vítimas do Holocausto é uma data fundamental da história do Século XX, ligada aos horrores das perseguições nazis aos judeus  ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial. Holocausto nunca mais! 


 A tragédia humana da perseguição, da perda de dignidade, e da morte
 
 Memorial em honra das Vítimas do Holocausto



 Aristides de Sousa Mendes - um português de rara virtude -  que salvou milhares de pessoas 
de uma morte atroz nos campos de concentração nazis

        Num trabalho colectivo, a várias mãos, resultou uma interessante e bem conseguida apresentação feita por alunos na Biblioteca da escola sede, ao longo do dia 26 de Janeiro 2011.
         Foi um óptimo trabalho, rapaziada. Palavra de Capitão Kispo !

terça-feira, janeiro 25, 2011

2011 - ANO EUROPEU DO VOLUNTARIADO


MUDE O MUNDO, TORNE-SE VOLUNTÁRIO



      É uma iniciativa da União Europeia muito feliz: o Ano de 2011 foi declarado ANO EUROPEU DO VOLUNTARIADO.


       A noção de servir e de ajudar o outro é de enaltecer, num mundo onde o egoísmo parece querer impor-se nas relações humanas. É uma bela noção de civismo que demonstram todos os que se dedicam a ajudar quem mais necessita de apoio.

VOLUNTARIADO - O QUE É AO CERTO?

Voluntariado
( art.º 2.º da Lei n.º 71/98, de 3 de Novembro)

É o conjunto de acções de interesse social e comunitário, realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade, desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas.
Não são abrangidas pela presente Lei as actuações que, embora desinteressadas, tenham um carácter isolado e esporádico ou sejam determinadas por razões familiares, de amizade e de boa vizinhança.


l) ESTÁ ao serviço das pessoas, das famílias e das comunidades, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do bem estar das populações.
m) TRADUZ-SE num conjunto de acções de interesse social e comunitário, realizadas de forma desinteressada, expressando o trabalho voluntário.
n) DESENVOLVE-SE através de projectos e programas de entidades públicas e privadas com condições para integrar voluntários, envolvendo as entidades promotoras.
o) CORRESPONDE a uma decisão livre e voluntária apoiada em motivações e opções pessoais que caracterizam o voluntário.

 Fonte: http://www.voluntariado.pt/left.asp?02.01



        Na Europa, mais de 100 milhões de pessoas estão envolvidas em acções de voluntariado (18 milhões são franceses).


O voluntariado reforça e consolida a solidariedade e a coesão social, mas também contribui para criar laços entre os próprios voluntários e ajuda a despertar vocações...



Site muito interessante sobre o Ano Europeu do Voluntariado





Descarregue aqui um Calendário de 2011 sobre o tema do Voluntariado.


Saber mais

Direitos e Deveres

DIREITOS E DEVERES

Actuar com as pessoas, famílias e comunidade é estabelecer uma relação de reciprocidade de dar e receber que exige direitos e impõe deveres.

DIREITOS DOS VOLUNTÁRIOS:

. Desenvolver um trabalho de acordo com os seus conhecimentos, experiências e motivações;
. Ter acesso a programas de formação inicial e contínua;
. Receber apoio no desempenho do seu trabalho com acompanhamento e avaliação técnica;
. Ter ambiente de trabalho favorável e em condições de higiene e segurança;
. Participação das decisões que dizem respeito ao seu trabalho;
. Ser reconhecido pelo trabalho que desenvolve com acreditação e certificação.
. Acordar com a organização promotora um programa de voluntariado, que regule os termos e condições do trabalho que vai realizar.

DEVERES DO VOLUNTÁRIO

Para com :

OS DESTINATÁRIOS:

· Respeitar a vida privada e a dignidade da pessoa;
· Respeitar as convicções ideológicas, religiosas e culturais;
· Guardar sigilo sobre assuntos confidenciais;
· Usar de bom senso na resolução de assuntos imprevistos, informando os respectivos responsáveis;
· Actuar de forma gratuita e interessada, sem esperar contrapartidas e compensações patrimoniais;
· Contribuir para o desenvolvimento pessoal e integral do destinatário;
· Garantir a regularidade do exercício do trabalho voluntário.


A ORGANIZAÇÃO PROMOTORA

· Observar os princípios e normas inerentes à actividade, em função dos domínios em que se insere;
· Conhecer e respeitar estatutos e funcionamento da organização, bem como as normas dos respectivos programas e projectos;
· Actuar de forma diligente, isenta e solidária;
· Zelar pela boa utilização dos bens e meios postos ao seu dispor;
· Participar em programas de formação para um melhor desempenho do seu trabalho;
· Dirimir conflitos no exercício do seu trabalho de voluntário;
· Garantir a regularidade do exercício do trabalho voluntário.
· Não assumir o papel de representante da organização sem seu conhecimento ou prévia autorização;
· Utilizar devidamente a identificação como voluntário no exercício da sua actividade;
· Informar a organização promotora com a maior antecedência possível sempre que pretenda interromper ou cessar o trabalho voluntário.

OS PROFISSIONAIS:

· Colaborar com os profissionais da organização promotora, potenciando a sua actuação no âmbito de partilha de informação e em função das orientações técnicas inerentes ao respectivo domínio de actividade;
· Contribuir para o estabelecimento de uma relação fundada no respeito pelo trabalho que cada um compete desenvolver.


OS OUTROS VOLUNTÁRIOS:

· Respeitar a dignidade e liberdade dos outros voluntários, reconhecendo-os como pares e valorizando o seu trabalho;
· Fomentar o trabalho de equipa, contribuindo para uma boa comunicação e um clima de trabalho e convivência agradável;
· Facilitar a integração, formação e participação de todos os voluntários.

A SOCIEDADE:


· Fomentar uma cultura de solidariedade;
· Difundir o voluntariado;
· Conhecer a realidade sócio-cultural da comunidade, onde desenvolve a sua actividade de voluntário;
· Complementar a acção social das entidades em que se integra;
· Transmitir com a sua actuação, os valores e os ideais do trabalho voluntário.

Fonte:  http://www.voluntariado.pt/left.asp?04.03

2011- CALENDÁRIO / CALENDRIER

    


        Um belo trabalho do Ricardo Cabral do 8ºAno, um dos nossos seguidores. Imagens e provérbios compõem um Ano de 2011 pincelado em tons de azul. É o livro do ano de 2011!


Myebook - Calendário 2011 - click here to open my ebook

domingo, janeiro 23, 2011

O QUE FERNANDO PESSOA LIA

     
"Não importa se a estação do ano muda...
Se o século vira, se o milênio é outro.
Se a idade aumenta...
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela."

Fernando Pessoa

   Por sugestão da professora Ana, uma seguidora do nosso Kispo, divulga-se que os livros da Biblioteca Particular de Fernando Pessoa se encontram agora disponíveis on-line, para consulta.
     O que até agora só era possível ter acesso ao acervo da Biblioteca pessoal de Fernando Pessoa através de uma visita à Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.



     Contudo, agora é possível consultar os cerca de 1140 volumes que compõem o acervo do escritor e poeta português, bem como as anotações - inclusive poemas - que Pessoa foi escrevinhando nas páginas dos livros.
    Sem dúvida, uma boa e interessantíssima notícia.


    Para aceder ao site, basta clicar aqui.

REVISITAR A HISTÓRIA DO ISQUEIRO MÁGICO DE ANDERSEN


     Povoaram a nossa infância de mistério, coragem, glória, bruxas assustadoras, castelos e princesas: são os contos tradicionais. 
     Na Biblioteca da escola sede, por impulso e sugestão da Dr.ª Dora Batalim, uma apaixonada  por literatura Infantil - que soube contagiar o seu amor pelos livros, as  ilustrações, os autores e o universo da fantasia - decidiu-se revisitar uma história de Hans Christian Andersen, O Isqueiro Mágico, ilustrando-a a partir de um novo conceito formal.
      Apostou-se no simbolismo das formas e numa depuração pictórica. O resultado está patente no e-book que de seguida se apresenta.  
      Este trabalho resultou de uma interessante e frutuosa parceria entre a Biblioteca e o professor Carlos Matos, a quem se agradece o empenho e a ajuda na construção de este belo livrinho.

Sugestão do Capitão Kispo

        Mostre o e-book às crianças, contando oralmente a história, resumindo-a ao essencial.


Myebook - O Isqueiro Mágico - click here to open my ebook



O ISQUEIRO MÁGICO

Um soldado vinha marchando pela estrada: um, dois! Um, dois! Trazia a mochila às costas e a espada no cinto, pois estivera na guerra e voltava para casa. Encontrou no caminho uma velha bruxa, horrivelmen­te feia, com o lábio inferior pendendo-lhe até o peito.
-   Boa tarde, soldado! – disse ela. – Que bela espada e que grande mochila tens aí! És um verdadeiro soldado.   Terás, já, quanto- dinheiro  quiseres.
-   Muito obrigado, velha – respondeu o soldado.
-   Vês esta grande árvore? – perguntou a bruxa, apontando a árvore ao lado dele.  – É inteiramente oca. Podes subir até a copa. Verás, então, um buraco pelo qual descerás até chegar bem em baixo. Eu te amar­ro uma corda na cintura, para poder içar-te de novo, quando me chamares.
-   E que farei lá em baixo, na árvore? – quis saber o soldado.
Vais buscar dinheiro! – disse a bruxa. – Quando chegares ao fundo, encontrarás um vasto salão muito bem iluminado, pois nele ardem centenas de lâmpadas. Verás então três portas, que podes abrir.  As chaves estão nas fechaduras. Entrando no primeiro quarto, verás, no soalho, uma grande arca, em cuja tampa está sentado um cão. Os olhos dele são do tamanho de xí­caras de chá. Mas não te incomodes com isso. Dou-te meu avental azul enxadrezado; estende-o no chão, e em seguida vai bem depressa, pega o cão e coloca-o no meu avental. Podes então abrir a arca e tirar quantos vinténs quiseres; são todos de cobre. Mas, se preferires prata, é só entrares no quarto seguinte; ali está senta­do um cão com olhos do tamanho de rodas de moinho. Não te incomodes, porém. Coloca-o no meu avental, e serve-te do dinheiro! Entretanto, se quiseres ouro, tam­bém o terás – tanto quanto puderes carregar! Basta entrares no terceiro quarto.  Ali, o cão da arca tem olhos do tamanho da cúpula de um edifício. Esse, sim, é um cão extraordinário, verás! Mas não te incomodes. Coloca-o no meu avental e ele nada te fará. Podes então tirar da arca quanto ouro quiseres.
-   Não me parece nada mau – disse o soldado – Mas que te darei eu em troca, minha velha? Sim, imagino que hás de querer alguma paga por tudo isso.
-   Não – respondeu a bruxa. – Não quero um único vintém. Só tens de me trazer um velho isqueiro que minha avó esqueceu quando, pela última vez, este­ve lá em baixo.
-   Combinado! – concordou o soldado. – Podes já me amarrar a corda à cintura.
-   Pronto! – disse a bruxa, quando terminou de amarrar a corda. – E aqui está o meu avental azul e branco.
O soldado subiu a árvore, deixou-se escorregar pelo oco da árvore abaixo, e pouco depois estava num gran­de salão iluminado, exactamente como dissera a bruxa. Ardiam nele centenas de lâmpadas!
Abriu a primeira porta. E lá estava, a encará-lo, o cão com olhos do tamanho de xícaras de chá.
– És um lindo animal!  – disse o soldado.
E colocou-o no avental da bruxa, recolhendo tan­tas moedas de cobre quantas lhe cabiam no bolso. Tor­nou a fechar a arca, nela colocou de novo o cão, e en­trou no segundo quarto. Ali estava o cão com olhos do tamanho de rodas de moinho!
-  Não devias fitar-me tanto, pois acabarás com os olhos doendo!
Depois de dizer isso, pôs o cão no avental da bru­xa. Ao ver, porém, tanto dinheiro de prata na arca, dei­tou fora todo o dinheiro de cobre que trazia e encheu os bolsos e a mochila com as novas moedas. Entrou de­pois no terceiro quarto. Inacreditável! Lá estava o cão de olhos tão grandes como a cúpula de um edifício, a girar-lhe feito rodas!
-  Boa noite, meu prodigioso animal!  – disse o soldado, levando respeitosamente a mão ao quepe, pois nunca antes vira um cão extraordinário assim.
Após contemplá-lo por algum tempo, comentou con­sigo próprio: “Agora, chega!” Pôs o cão no soalho e abriu a arca. Quanto ouro, santo Deus! Daria para comprar a Copenhague, os porquinhos de açúcar das doceiras, todos os soldadinhos de chumbo, chicotes e cavalinhos de pau que existiam no mundo! Ali, sim, ha­via dinheiro! O soldado botou fora todas as moedas de prata com que enchera os bolsos e a mochila, substi­tuindo-as pelas de ouro. Abarrotou com elas os bolsos, a mochila, o quepe e as botas, a ponto de quase não po­der mais andar. Agora, sim, tinha dinheiro! Colocou o cão na arca, fechou a porta e gritou para cima, atra­vés do oco da árvore:
-   Já podes içar-me, minha velha!
-   Trazes o isqueiro? – perguntou ela.
-   Que coisa! – exclamou o soldado. – Não é que tinha me esquecido dele!
Pegou então o isqueiro, e a bruxa puxou-o para cima. Pouco depois estava o soldado de novo na es­trada, com os bolsos, as botas, a mochila e o quepe cheios de moedas de ouro!
-  Que vais fazer com o isqueiro? – perguntou ele.
-   Não é da tua conta – disse a bruxa. — Levas bom dinheiro. Dá-me o isqueiro, e pronto!
-   Nada disso! – retrucou o soldado. – Diz-me primeiro o que vais fazer com o isqueiro, ou eu puxo minha espada e te corto a cabeça!
-   Não direi nunca! – protestou a bruxa. – Não tenho que te dizer nada!
O soldado cortou-lhe então a cabeça, e deixou a ve­lha estendida na estrada. Depois atou todo o dinheiro no avental dela, fez uma trouxa, que pôs às costas, meteu o isqueiro no bolso e tomou o rumo da cidade.
 Ali chegando, entrou numa grande hospedaria, on­de pediu o que havia de melhor – em aposentos e igua­rias. Pediu tudo aquilo de que mais gostava, pois tinha muito dinheiro e podia pagar.
O criado, porém, ao limpar-lhe as botas, estranhou que um cavalheiro tão rico usasse botas tão velhas. O soldado explicou que ainda não tivera tempo de com­prar outras. No dia seguinte, porém, ostentava ele lin­das botas novas e as roupas mais bonitas. Tornara-se um nobre, e todos lhe falavam do esplendor da cidade, do rei e da sua encantadora filha.
-   Onde poderei ver a princesa? – perguntou o soldado.
-   Ela não pode ser vista! – informaram. – Mora num grande palácio de cobre, todo cercado de muros e torres. Ninguém, a não ser o rei, pode vê-la, porque vaticinaram que ela haverá de casar-se com um soldado raso.
“Como eu gostaria de vê-la!”, pensou o soldado. Mas naturalmente compreendeu que era impossível con­seguir isso.
E foi vivendo a sua vida folgazão, indo ao teatro, passeando de carruagem nos jardins. Dava, porém, muito dinheiro aos pobres, pois sabia quanto era duro não ter vintém. Trajava roupas vistosas, e começou a ter muitos amigos, que lhe gabavam as qualidades de autên­tico cavalheiro, o que muito agradava ao soldado. Gas­tando, porém, dinheiro todos os dias e não ganhando nenhum, não tardou a ver-se, um belo dia, com apenas dois vinténs no bolso. Teve de mudar-se dos seus ricos aposentos para uma água-furtada, e de escovar ele pró­prio suas botas e, mais tarde, remendá-las com uma ve­lha agulha de sapateiro. Seus amigos deixaram de vi­sitá-lo, alegando que não podiam subir tantas escadas.
Certa noite, era grande a escuridão e ele nem uma vela podia comprar! Lembrou-se então que havia um coto no isqueiro da bruxa. Foi buscá-lo, tacteando, mas no momento em que accionou o isqueiro, saltaram faís­cas por toda a parte. Abriu-se a porta e apareceu-lhe o cão de olhos tão grandes como xícaras de chá, que lhe perguntou:
-  Que ordena, meu senhor?
O soldado ficou estupefacto.
Que estranho isqueiro era aquele? Podia pedir en­tão o que quisesse?
-  Arranja-me algum dinheiro – disse ao cão.
E zás! O cão sumiu, e logo reapareceu com um saco de moedas de cobre na boca.
O soldado ficou conhecendo os poderes mágicos do isqueiro. Se batia uma vez, aparecia o cão da arca de moedas de cobre. Se batia duas vezes, aparecia o da arca de moedas de prata. Se batia três vezes, aparecia o da arca de moedas de ouro. O soldado tornou a mu­dar-se para os aposentos de luxo, voltou a usar as rou­pas bonitas dos primeiros dias, e imediatamente todos os seus amigos passaram a procurá-lo de novo e de novo passaram a gostar dele e admirá-lo.
Certa vez ele pensou: “É bem estranho, afinal de contas, que ninguém possa ver a princesa. Todos dizem que ela é maravilhosa! Mas de que adianta isso, se a coitadinha tem de ficar o tempo todo oculta no palácio de cobre, cercada de muros e torres? Será que realmen­te não a poderei ver? E o meu isqueiro?
Bateu uma vez na mola, e imediatamente apare­ceu o cão com os olhos do tamanho de xícaras de chá.
-        É verdade que estamos na escuridão da noite – ponderou o soldado. – Mas eu gostaria tanto de ver a princesa, nem que fosse por um instantinho só!
O cão desapareceu, e antes que o soldado pudesse refletir, eis que tornou a vê-lo, trazendo a princesa! Ela dormia, e era tão encantadora que qualquer um podia ver que se tratava de uma verdadeira princesa. O soldado não pôde resistir. E beijou-a. Mas logo o cão desapareceu com ela. E quando, na manhã seguin­te, o rei e a rainha tomavam chá, a princesa contou-lhes que tivera um sonho muito estranho naquela noite. Sonhara com um cão e um soldado. Ela montara no cão e o soldado a beijara.
-  Com efeito, é uma história bem estranha!   – disse a rainha.
Foi deliberado que uma das camareiras velaria jun­to à cama da princesa na noite seguinte, para ver se era mesmo um sonho – ou o que podia ser.
O soldado de novo desejou ver a princesa. O cão foi ao palácio, tomou-a sobre o dorso e correu o quanto podia, mas a camareira saiu-lhe no encalço, correndo tão depressa quanto ele. Vendo-o desaparecer na hos­pedaria, murmurou: “Agora sei onde é.”
Com um pedaço de giz, traçou uma grande cruz na porta do prédio. Isso feito, voltou ao palácio, e o cão não tardou a surgir com a princesa. Vendo, porém, uma cruz de giz na porta da hospedaria onde morava o soldado, tomou por sua vez de um pedaço de giz, e desenhou cruzes em todas as portas da cidade. Foi uma sábia medida, pois com tantas cruzes a camareira não podia mais identificar a porta da hospedaria.
Pela manhã, bem cedo, o rei, a rainha, a camareira e todos os oficiais saíram para ver onde a princesa ti­nha estado à noite.
-   Foi ali! – disse o rei, ao ver a primeira porta marcada com a cruz.
-   Talvez tenha sido ali! – exclamou a rainha, ao ver outra porta assinalada.
-   Ali há uma, e acolá outra! – disseram todos.
E para onde olhavam, viam cruzes nas portas. Com­preenderam que não valeria a pena continuar a busca.
A rainha, porém, mulher muito sagaz, que não sa­bia apenas passear de carruagem, tomou da sua grande
tesoura de ouro, recortou uma peça de seda, e costurou uma bolsinha. Encheu-a com grãozinhos de sorgo, amarrou-a às costas da princesa, e, em seguida, abriu com a tesoura um buraquinho, através do qual, por onde a princesa passasse, os grãozinhos pudessem ir caindo.
À noite, o cão tornou a ir ao palácio, pôs a princesa nas costas e levou-a para perto do soldado, que gostava cada vez mais dela, a ponto de desejar ser um príncipe para fazê-la sua esposa.
O cão nem reparou que os grãos iam caindo, desde o palácio até a janela do soldado, por onde ele entrou com a princesa. Pela manhã, o rei e a rainha descobri­ram onde a filha tinha estado. E mandaram meter o soldado no cárcere.
Ficou ele preso na escura masmorra.
-  Amanhã serás enforcado! – disseram-lhe.
 Não era agradável ouvir aquilo. O pior, porém, é que ele esquecera o isqueiro na hospedaria. Pela ma­nhã, através das grades de ferro, viu o povo saindo às pressas da cidade, para o local do enforcamento. Ou­viu rufar os tambores, enquanto guardas marchavam. O povo continuava a passar. Um aprendiz de sapatei­ro, com um avental de couro, passou correndo tão rá­pido que uma das suas chinelas saiu voando em dire­cção ao muro onde o soldado espiava através das grades de ferro.
-  ó rapaz, não tenhas tanta pressa! – disse o soldado. – A função não começa antes de eu chegar lá. Queres dar um pulo até onde eu morei, e apanhar o meu isqueiro? Ganharás quatro moedas, por isso. Mas vai correndo!
O aprendiz de sapateiro, que bem queria ganhar quatro vinténs, saiu em disparada, apanhou o isqueiro e deu-o ao soldado.
E o resto veremos já!
Fora da cidade erguia-se uma grande forca. Ro­deavam-na os guardas e centenas de milhares de pessoas. O rei e a rainha ocupavam o trono armado em frente ao local onde se reuniam os juízes e o conselho.
O soldado já estava no alto do estrado, mas, quando o verdugo ia colocar-lhe a corda ao pescoço, ele ponde­rou que era da tradição permitirem ao réu formular o último desejo. O dele era muito simples: queria dar a derradeira cachimbada de sua vida.
O rei não se opôs. O soldado pegou o isqueiro, accionou a mola uma, duas, três vezes, e surgiram en­tão os três cães: o dos olhos do tamanho de xícaras de chá, o dos olhos iguais a rodas de moinho, e o que ti­nha olhos tão grandes como a cúpula de um edifício.
Ajudai-me, para que eu não seja enforcado! -
clamou o soldado.
Os cães atiraram-se rápidos nos juizes e aos mem­bros do conselho, pegaram uns pelas pernas e outros pelo nariz, e jogaram todos eles a muitos metros de altura, de maneira que caíam e se faziam em pedaços.
-  Poupai-me! – pedia o rei.
Mas o maior dos cães, agarrando-o com a rainha atirou os dois para o ar, como aos outros. Os guardas fugiam assustados e todo o povo gritava:
-  Soldadinho, de ora em diante serás nosso rei e terás como esposa a encantadora princesa!
Levaram o soldado na carruagem do rei e os três cães saíram dançando na frente. Os meninos assobia­vam, com os dedos na boca, e a tropa reuniu-se para apresentar armas. A princesa saiu do palácio e tornou-se rainha, que era o seu sonho. As bodas duraram oito dias. E os três cães, de olhos arregalados, tiveram as­sento à grande mesa festiva.

Hans Christian Andersen

FIM

quinta-feira, janeiro 20, 2011

2011 - ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA E DAS FLORESTAS

2011 - Um Ano Internacional bicéfalo!
 


     Depois de 2010 ter sido dedicado à Biodiversidade, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011, oficialmente, o Ano Internacional das Florestas, para alertar a sociedade para a preservação de uma vida sustentável no planeta. Contudo, dando seguimento a uma proposta da Etiópia, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou uma outra resolução que proclamou também 2011 Ano Internacional da Química



     As florestas representam 31% da área terrestre total do planeta, são o lar de 300 milhões de pessoas  no mundo. São garantia da sobrevivência milhões de pessoas e nelas se concentram mais de 80% da biodiversidade da Terra. 


      Sob o tema Florestas para o Povo, a iniciativa mundial inclui a promoção de acções que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta. 

APRESENTAÇÃO:


 

      O desrespeito pela floresta provoca a perda da biodiversidade, o agravamento das mudanças climáticas, migrações desordenadas para áreas urbanas e o crescimento da caça e da desflorestação ilegal.

      O desrespeito do ciclo de vida natural das florestas tem como consequência a ameaça da sustentabilidade económica, das relações sociais e da vida humana no planeta, pois elas são a fonte de água potável e alimentos.


         Por outro lado, fornecem também matérias-primas para indústrias essenciais como a farmacêutica e a construção civil, além de desempenharem um papel vital na manutenção da estabilidade do clima e do meio ambiente globais.






    A Química é a base da vida. A importância dada à Química e ao seu ensino revelam que esta é considerada  essencial para dar resposta aos desafios provocados pelas mudanças climáticas à escala planetária, fornecer fontes duradouras de água não poluída, alimentos e energia, e preservar o ambiente para o bem-estar de todos.

TABELA PERIÓDICA - Espectacular!

 

        A Assembleia Geral da O.N.U. designou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para a coordenação do Ano Internacional da Química.
      Em 2011, assinala-se por outro lado o Centenário da atribuição do Prémio Nobel de Química a Marie Curie. 


       Aquecimento global, manipulações genéticas, riscos alimentares, poluições diversas, poderes e limites da quimioterapia, produtos farmacêuticos…, a Química, situada no meio de vários debates que agitam a sociedade, tornou-se uma das áreas essenciais para melhor compreender e agir sobre o mundo actual.

       APRESENTAÇÃO DO ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA: 


      Após as interrogações dos filósofos gregos sobre a matéria, as experiências e as tentativas da Alquimia foi no Renascimento que impôs um novo espírito científico, com uma concepção mais mecanicista da natureza, que surgiram ideias novas sobre a constituição da matéria e sobre as suas transformações. Foi então que a Química começou a nascer e a florescer. Lavoisier, com a sua prática baseada no medição, inaugurou a Química moderna.

PÁGINA OFICIAL DO ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA 2011

PARA CONHECER MELHOR ANTOINE LAVOISIER

PARA CONHECER MELHOR MARIE CURIE

segunda-feira, janeiro 17, 2011

sexta-feira, janeiro 14, 2011

SÃO POEMAS... SENHORES!

     Sensibilidade, nostalgia, emoção, um travo de melancolia e um grito de liberdade, nestes belos textos da D. Luísa, uma das pedras basilares da Biblioteca da escola sede do Agrupamento. E poetisa também.    


TALVEZ O SOL

Uma lufada de ar fresco beijou-lhe os cabelos, respirou fundo, sorriu …
Como era bom respirar ar puro.
Olhou o horizonte e pensou:
Que esperava ela?
Sim!… que esperava ela naquele jardim?
Talvez o sol.
Talvez o sol chegasse para alegrar aquele dia triste e sombrio que era a sua vida.
Afinal, talvez não fosse demasiado tarde… talvez ainda desse tempo, talvez o sol ainda nascesse…

 

SOU LIVRE


Vivo a vida por um fio
Sou tão livre como o vento
Onde me deixo voar
Ao sabor do pensamento

Perdi a noção do tempo
Não tenho dias nem meses
Nem horas para me domar
Sou tão livre como o vento
Onde me deixo voar
Ao sabor do pensamento

Partiu-se o fio da vida
Partiu ao sabor do vento
Onde se deixou voar
Ao sabor do pensamento



 
OS NATAIS DA MINHA INFÂNCIA 


Ah! que saudades tenho.
Dos Natais da minha infância.
Com cheiro a pinheiro manso,
A musgo, a terra, a campo.
Com enfeites de algodão
E de bombons coloridos.

E o café feito à lareira
Com saborzinho a canela
E um cheirinho de aguardente.
Com filhoses e rabanadas
Que amigos e vizinhos
Vinham partilhar com a gente.

Tinham alma, tinham luz.
E tinham mesmo sabor.
Havia neles, mais JESUS
Os Natais da minha infância
Eram Natais pobrezinhos.
Mas tão ricos em Amor. 



JARDIM DE INVERNO

Meu doce jardim de inverno.
Onde cansada, repousa minha alma.
Tu és o sol que brilha,
Que me aquece e acalma.

Mesmo que as flores murchem,
As folhas caiam e as nuvens teimosas,
Tapem o sol, no meu jardim de inverno,
Ainda assim, haverá sempre rosas.

 Em Setembro
Tu serás sempre o verão
De que me lembro.


Este poema pode ser saboreado ao som da canção de Henri Salvador Jardin d'Hiver

 

 Nota: Estes poemas são originais e foram publicados com autorização da autora. 
 

Sugestão do Kispo

Para conhecer melhor o mundo das palavras da D. Luísa clicar aqui (emoção garantida...)